Localização, preço e indicação de amigos: as preferências do brasileiro ao comprar imóveis
Negócios - 31/03/2022

Em entrevista ao G1, analisamos o perfil do comprador de imóveis e as transformações do mercado imobiliário. Leia o resumo a seguir:

Pesquisa mostra que uso próprio para moradia representa 70% das compras no país e apenas 6% dos negócios são fechados inteiramente pela internet.

Preocupado com a localização, principalmente de supermercados e farmácias, ele tem o sonho de morar perto do trabalho. É atento ao preço, mas disposto a pagar mais por itens como geração de energia solar, espaços arejados, tecnologia de conectividade e academia. Tudo isso, sendo rápido no gatilho para fechar negócio.

Esse é o "perfil médio" de um comprador de imóveis no Brasil, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a consultoria Brain, antecipada ao g1. A sondagem acompanhou a jornada de aquisição do setor para os últimos 12 meses.

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Na esteira de investidores, há também o movimento de entrada de gestoras de ativos que iniciam a formatação de fundos imobiliários residenciais.

No Brasil, esse modelo é raridade. Os fundos imobiliários mais populares reúnem imóveis de shoppings centers, galpões logísticos, prédios de escritórios ou apostam no pagamento de crédito imobiliário.

O forte atrativo é que a compra de cotas desses grandes empreendimentos remunera proporcionalmente o investidor com dividendos mensais, modelo exato de quem compra um imóvel para viver da renda passiva do aluguel.

A modalidade de investimento atraiu muito público nos últimos cinco anos, passando de 100 mil para 1,5 milhão de investidores. Os primeiros fundos residenciais são a aposta de que prédios inteiros ou um grupo de imóveis bem localizados também podem ser rentáveis.

A gestora Navi estreou em setembro um fundo imobiliário que investe uma parte em crédito imobiliário e outra em apartamentos para hospedagem curta pela plataforma Casai.

"É um modelo consagrado nos Estados Unidos e com espaço de crescimento em cidades como São Paulo. O modelo de estadia curta é mais rentável, por isso começamos por ele", diz Luis Stacchini, chefe de investimentos da Navi.

Os próximos passos do fundo terão foco em ampliar o portfólio de imóveis nas áreas mais concorridas de São Paulo, mas a Navi não descarta partir para o modelo de apartamentos para aluguel quando sentir um "esgotamento" das opções de hospedagem.

Em outro modelo que ganhou tração nos últimos anos está a destinação de parte dos imóveis construídos diretamente para aluguel residencial. A gestão dos locatários, assim, fica com a própria empresa.

A Sequoia Properties aposta desde 2015 nessa alternativa de diversificação de receita, mas a ideia é triplicar o número de unidades entre 2021 e 2023. No ano passado eram 70 e, no ano que vem, passam de 250.

Segundo Joaquim Rocha Azevedo, CEO da Sequoia, os projetos destinados para locação têm características próprias. São imóveis menores, com app para celular para contratação de serviços e resolução de problemas do dia a dia.

Até mesmo a entrada é separada das torres destinadas para a venda, para que imóveis vazios possam ser locados por temporada nas plataformas digitais, como Airbnb.

"Nosso papel foi profissionalizar a relação com o locatário, em especial nessa fase da vida entre a saída da faculdade, estabilização profissional e construção de algum patrimônio", conta Azevedo.

Texto: Raphael Martins

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